Política Fiscal de Liz Truss

Como o "mini-budget" da nova Primeira-Ministra do Reino Unido levou a uma crise sem precedentes da libra e da confiança dos investidores na economia britânica.

INFORMAÇÃO

10/9/20222 min read

Biografia

Elizabeth (Liz) Mary Truss nasceu no dia 26 de julho de 1975, em Oxford, Inglaterra. Estudou na universidade de Oxford onde se envolveu com a causa liberal, tendo sido presidente da “Oxford University Liberal Democrats” e membro do comité executivo nacional “Liberal Democrat Youth and Students”. Em 1996, entrou para o partido Conservador.

Entre 1996 e 2000, trabalhou na Shell, tendo saído para trabalhar na Cable & Wireless, onde desempenhou o cargo de diretora económica antes de sair em 2005. Em 2008, chegou a vice-diretora do think tank Reform.

Liz desempenhou diversos cargos políticos ao longo da sua vida, sendo os mais proeminentes quando foi eleita para a “House of Commons”, em 2010, quando desempenhou o cargo de “Chief Secretary to the Treasury”, em 2017, quando chegou ao cargo de “Secretary of State for International Trade and President of the Board of Trade” e “Minister for Women and Equalities”, em 2019, ocupou o cargo de “Secretary of State for Foreign, Commonwealth and Development Affairs”, em 2021 e, este ano, foi eleita Primeira Ministra do Reino Unido.

Plano Económico

Eliminação do escalão mais alto no plano dos impostos, que taxa os rendimentos acima de 150 mil libras (corresponde a 171,3 mil euros) ao ano, a 45%. A primeira-ministra mencionou à BBC estar empenhada em concretizar a medida geralmente referida por “45p” por tornar o sistema fiscal “mais simples”, cujo objetivo seria criar mais crescimento no país. Surge como parte de um “mini-orçamento” anunciado há já duas semanas, onde também estão contemplados cortes nos serviços públicos e nos impostos assim como “pôr dinheiro nos bolsos de 30 milhões” de britânicos.

Este pacote de medidas pretende, segundo o novo governo britânico, estimular o crescimento em oito áreas:

  • regulação de negócios;

  • agricultura;

  • habitação e planeamento;

  • imigração;

  • conexões móveis e de banda larga;

  • serviços financeiros;

  • creches;

  • energia.

Apesar dos objetivos traçados, o “45p” trouxe de imediato instabilidade nos mercados e desvalorizou a libra esterlina.

Controvérsia

Após a polémica causada pelo “mini-orçamento” apresentado pelo governo de Truss, a primeira-ministra britânica admitiu terem sido cometidos erros e recuou nas medidas. Estas, anunciavam a maior redução de impostos dos últimos 50 anos, bem como, um grande aumento dos empréstimos do governo para reduzir os preços da energia para milhões de famílias e empresas este inverno.

Segundo o ministro das finanças do seu governo, Kwasi Kwarteng, as medidas surgiram com a finalidade de rever o sistema fiscal, através da redução dos impostos, para o tornar mais simples, dinâmico e justo para as famílias, aumentando o incentivo ao trabalho e promovendo o investimento e o empreendedorismo.

No entanto, o resultado não correu como o esperado. Assim, para compensar a quebra na receita fiscal, o governo optou pelo recurso ao endividamento, o qual provou uma quebra histórica da libra e o caos nos mercados. Os juros da dívida pública dispararam e arrastaram os juros dos empréstimos à habitação. Consequentemente, a população não ficou satisfeita e o Banco de Inglaterra viu-se obrigado a intervir, comprando quase 75 mil milhões de euros de dívida pública e salvando os fundos de pensões.